terça-feira, novembro 16, 2004

 

"Diana, após o banho" - Boucher

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Diana, após o banho
Óleo sobre tela, 56 X 73 cm, 1742, Paris, Musée du Louvre








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Diana, após o banho (pormenor)
Óleo sobre tela, 1742, Paris, Musée du Louvre



Boucher imagina a deusa a sair do seu banho ritual após o regresso da caça. O diminuto crescente lunar preso no cabelo por pérolas simples é o símbolo de Diana, a virgem deusa da caça. Boucher revela a sua pureza e a sua força. Apesar das curvas encantadoras e da delicadeza dos membros, a deusa assume uma atitude confiante e despreocupada depois do êxito da caçada do dia, mas certamente não se detém passivamente perante o olhar do espectador.

Como a sua companheira, que se presume ser Calisto, ela é a realidade idealizada, divinamente bela (sem uma madeixa de cabelo fora do sítio), esbelta, tocada por uma voluptuosa ociosidade no olhar, uma falta de animação que aumenta o seu charme. Num gesto suave, cheio de sensualidade, ergue a perna esquerda apoiando docemente o pé no joelho de Calisto, que sentindo o toque da deusa parece admirar intensamente a sua beleza.

Boucher é exímio na delicadeza dos tons de pele a reflectir os raios suaves do sol ao entardecer. Um vasto tecido azul real ondula pelo declive da margem, onde há um leito cor-de-rosa e marfim a almofadar o repouso de Diana. O pintor sente-se claramente atraido pela forma feminina, em especial pela perfeição juvenil, que ele elevou a uma condição divina.

Nada nos traços de Diana revela a deusa cruel da caça, apesar dos troféus ao seu lado. Muito pelo contrário, esta é uma jovem totalmente humana. Os toques de mestria de Boucher notam-se no requinte dos tornozelos e pulsos, no aperfeiçoamento do arco das sobrancelhas, na coloração dos lábios e mamilos.

Os cães evidenciam a violência controlada da caça, mas são apresentados de uma forma que os transporta para segundo plano, como aliás todos os objectos à volta das figuras centrais. A erva macia que serve de fundo à figura de Diana contrasta com os juncos e a negrura das árvores distantes.







Frédéric Chopin: Valsa Op.70 Nº2
Maria João Pires (piano)




por Uther ás 04:58






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